Santos cogita uso de armas de fogo por guardas municipais
Pela proposta, apenas um grupo entre 50 e 70 homens seria preparado para a utilização de armas
13/08/2015 - 07:26 - Atualizado em 13/08/2015 - 07:31
Cidades com população acima de 50 mil habitantes podem ter guardas armados |
Guardas municipais podem começar a usar armas de fogo em Santos. A ideia foi apresentada ontem aos membros do Conselho de Segurança de Santos (Consem) e deve ser levada para discussão pública.
Pela proposta, apenas um grupo entre 50 e 70 homens seria preparado para a utilização de armas. Mas a intenção da Prefeitura não é utilizar esse efetivo no policiamento. “Não se deve pensar que a Guarda terá atuação de polícia. Ela continuará em sua função, que é a de guardar bens e serviços”, explica o secretário local da Segurança, Sergio Del Bel Júnior.
Para ele, além de o armamento ser um caminho natural e atender a pressões da sociedade, a intenção é de que o porte sirva para a proteção do próprio funcionário público.
O Estatuto das Guardas Municipais, lei federal do ano passado, já prevê a utilização de armas em corporações nas cidades com mais de 50 mil habitantes, mas Del Bel não quer ser o responsável pela decisão final. Para isso, a proposta será discutida pela população nas reuniões dos conselhos comunitários de Segurança (Consegs).
A ideia consiste em que o Consem analise o assunto em até dois meses, levando em consideração as posições dos Consegs. Caso seja aprovada, a Prefeitura começará a estudar a adoção do armamento. Os guardas selecionados deverão passar por testes psicotécnicos e treinamento específico.
Outro ponto levantado é o custo para a aquisição de armamento. De acordo com Del Bel, uma pistola custa entre R$ 4 mil e R$ 5 mil, e haveria necessidade de munição. Hoje, os guardas usam colete balístico, algemas, tonfa (tipo de cassetete), spray de pimenta e arma de choque.
O comandante da guarda, Flavio Brito Júnior, é favorável à utilização de armas por agentes, mas faz ressalvas. “O problema pode estar em armar apenas um grupo, pois, para a população e para os bandidos, toda a Guarda Municipal estará armada. Provavelmente, aumentará a abordagem (de bandidos) a guardas em busca desse armamento”, pondera. Na região, apenas Praia Grande dispõe de guarda armada.
Membro do Núcleo de Estudos da Violência da Universidade de São Paulo (USP), André Zanetic, vê a questão do armamento das guardas municipais com bons olhos.
“Desde que sejam bem treinados, esses homens podem dar suporte à atividade policial, fazer proteção dos próprios municipais e atuar em área de menor potencial de crime”, analisa.
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