Uma briga envolvendo agentes da Guarda Municipal (GM) e do Exército deixou um GM ferido na tarde desta sexta-feira. A confusão foi registrada no Terminal Central onde dois guardas faziam a segurança. O fato foi filmado pelas câmeras de segurança. Um dos agressores foi encaminhado à delegacia.
Segundo o gerente de trânsito e transporte da ASTC, Thiago Fagundes, cerca de 20 homens, dos quais oito eram militares, agrediram os dois guardas municipais.
“Um deles teve que ser levado para o Hospital São José com um corte profundo na cabeça”, comenta ele.
Segundo Fagundes, a confusão teria iniciado após uma abordagem à um militar no banheiro do terminal.
“Sempre há, pelo menos, dois guardas que fazem a segurança no terminal. Mesmo assim algumas pessoas utilizam o banheiro para fazer o uso de drogas. Ao perceberem que havia alguém com um cigarro de maconha no banheiro, os guardas foram fazer a abordagem e tratava-se de um recruta do exército que não aceitou ser revistado, iniciando a confusão”, conta Fagundes.
De acordo com ele, a GM tem autonomia para fazer abordagens, independente de quem seja a pessoa.
“Já há um caso sendo investigado na ASTC. Uma outra vez um militar, sem estar em serviço, tentou entrar no terminal sem pagar a passagem e foi impedido pelos guardas municipais. Ele gerou uma confusão causando uma pequena rixa entre a GM e os militares”, ressalta Fagundes.
GM denuncia falta de segurança
O fato registrado no início da tarde desta sexta-feira levanta uma nova polêmica e reacende a insegurança a quais os guardas municipais convivem diariamente. Segundo a GM, o único equipamento para segurança que tem ainda falta para o restante dos agentes.
São três cassetetes para 45 guardas municipais que atuam em toda cidade. Colete balístico, que foi adquirido em 2011, ainda não veio. Os poucos sprays de pimentas foram comprados com recursos próprios dos agentes, ou que vieram de amostra grátis por um fornecedor que foi oferecer na Autarquia de Segurança, Trânsito e Transportes (ASTC) de Criciúma.
Compra de películas
“Até películas nos veículos da GM saíram do nosso próprio bolso. Estamos numa situação bem complicada. Uma paralisação não está descartada”, denunciou um agente.
O medo dos guardas está relacionado diretamente ao próprio risco de morte, por represálias, já que, além de atuar na orientação do trânsito, eles também realizam conduções relacionadas à Segurança Pública, e não tem acesso ao uso de arma de fogo, como a maioria da GM a nível nacional.
Em 10 de fevereiro do ano passado, o guarda municipal, Marcelo Goulart Silva, 33 anos, foi assassinado em Tubarão.
A Tribuna já reportou reivindicações
Em janeiro deste ano, após um ano de atividade da GM, o jornal A Tribuna trouxe uma reportagem sobre as reivindicações da categoria.
Coturno, spray de pimenta, algemas e até coletes balísticos tiveram que ser desembolsados pelos próprios agentes, que, não diferente dos outras corporações de Segurança Pública, também são ameaçados.
Somente no ano passado, foram mais de 600 ocorrências atendida pela GM na cidade em relação à segurança. Desacato, uso de entorpecentes e até apreensão de arma de fogo já foram registradas.
Em abril deste ano, dois guardas municipais ficaram na mira de um jovem armado, que invadiu o Posto 24 Horas do Bairro Boa Vista.
Colaborou Leonardo Zanin