Suásticas e frases racistas foram pichadas nos equipamentos. Foto: Átila Alberti
Pichações de cunho racista, desenhos de suásticas e muita sujeira. Foi isso o que encontrou uma comerciante do Terminal Alto Maracanã, em Colombo, ao chegar em sua lanchonete na manhã de ontem. Segundo ela, esta foi a quarta invasão apenas este ano. Mas desta vez, além dos prejuízos materiais, o que chocou a proprietária foram as mensagens deixadas nos móveis e equipamentos.
Em tom de ameaça, os bandidos escreveram em uma das geladeiras: “Naza, morte aos negros”. Em outro refrigerador a raiva dos criminosos por não encontrarem o que desejavam ficou ainda mais clara: “Naza: da próxima vez deixe dinheiro”. Junto com as frases, várias suásticas foram desenhadas no balcão, paredes e nos azulejos.
Indignada com as ofensas a comerciante desabafou: “O pior de tudo é a pichação, isto não tem preço, não paga a dignidade de ninguém. Isso é uma marca que eu levar para o meu caixão, é uma tristeza”.
A ousadia dos bandidos não terminou por ai. Eles ainda resolveram se vingar, inutilizando todos os alimentos armazenados no local. “Na máquina de café eles despejaram água sanitária, todos os alimentos da geladeira foram jogados no chão, junto com o óleo usado nas frituras. Os documentos da lanchonete também foram molhados. O prejuízo é grande nem sei como calcular, mas o pior é o medo”.
Atuando junto com o marido há mais de 22 anos no terminal, ela conta que a situação por lá está péssima. Para evitar os assaltos, ela chegou a investir R$ 2.300 para instalar uma grade no teto na lanchonete, o que não impediu as invasões. “A gente precisa de segurança neste terminal, estamos abandonados, chove aqui dentro e as pichações estão por todas as partes. As câmeras de segurança não funcionam e a Guarda Municipal não tem equipamentos e nem armamento para nos proteger. Pago o aluguel e meus impostos, estou em um lugar público, mereço segurança”.