Rodrigo Gasparini
rodrigo.gasparini@jcruzeiro.com.brServidores públicos municipais das áreas de saúde, educação, segurança e controle de zoonoses fizeram ontem uma manifestação que começou em frente ao Paço Municipal de Sorocaba e terminou no plenário da Câmara Municipal. As principais reivindicações são por melhorias salariais e das condições de trabalho. Cerca de 300 pessoas participaram do ato, que não atrapalhou o atendimento ao público no Paço. Uma nova manifestação está prevista para hoje, às 18h30, em frente à Casa do Cidadão do Jardim Ipiranga. Os manifestantes têm a expectativa de serem recebidos pelo prefeito Antonio Carlos Pannunzio (PSDB) - que deve estar no local participando do evento Prefeito no Bairro.
Ontem, nenhum representante da Prefeitura foi falar com os participantes do protesto, realizado entre 11h e 13h. Segundo os organizadores, o horário foi escolhido por ser o período reservado ao almoço dos servidores, que tinham por objetivo não atrapalhar o andamento normal das atividades da Prefeitura. Alguns manifestantes usavam nariz de palhaço, outros portavam faixas e cartazes com as reivindicações. O grupo teve o apoio do caminhão de som do Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba e Região.
O ato foi organizado pelas associações dos trabalhadores das diversas categorias. O Sindicato dos Servidores Municipais de Sorocaba não participou do protesto e foi criticado pelos representantes das entidades, que alegaram inoperância da entidade. Houve também críticas ao prefeito que, segundo os organizadores, se recusa a receber as associações.
Reivindicações As reclamações eram variadas, dependendo da categoria. "Pedimos a equiparação salarial. Temos casos de diretores de escola que fazem mesma coisa e um recebe mais do que o outro", disse Ana Cláudia Joaquim de Barros, presidente da Associação dos Trabalhadores do Suporte Pedagógico da Rede Municipal de Ensino de Sorocaba. Segundo ela, o problema acontece porque os profissionais contratados a partir de 2008 ganham menos, devido a uma mudança de nomenclatura nos cargos ocorrida no ano anterior.
A vice-presidente da Associação dos Profissionais de Farmácia do Município de Sorocaba, Silvana Pimentel, alertou para o fato de que os problemas reclamados pelos servidores prejudicam a população em geral. Segundo ela, há casos de enfermeiras que precisam atender em duas salas ao mesmo tempo. "E com uma carga horária grande, o trabalho fica deficitário." A regulamentação da aposentadoria especial era a principal reivindicação dos guardas civis municipais. Eles alegaram que o tema foi proposta de campanha de Pannunzio durante o período eleitoral. O presidente da Associação dos Guardas Municipais de Sorocaba, Celso Ferraz de Oliveira, reclamou ainda do que chamou de "sucateamento" das viaturas da corporação.
Já o presidente da Associação dos Agentes de Vigilância Sanitária de Sorocaba, Rogério Barbosa de Oliveira, carregava queixas "específicas do pessoal da Zoonoses". Eles lutam pela revisão do piso salarial e pela redução da carga horária. Ainda ontem, as pautas de reivindicações foram protocoladas pelos representantes dos trabalhadores nos seus respectivos órgãos, dentro do prédio da Prefeitura.
Na paz O protesto foi pacífico durante todo o tempo. Os ânimos mais exaltados ficaram somente para discursos efetuados quando o microfone foi colocado à disposição de todos os manifestantes. Uma mulher chegou a propor a invasão do Paço Municipal. Várias pessoas ainda cogitaram a paralisação dos servidores, caso as reivindicações não sejam atendidas.
Reivindicações serão tema de audiência na Câmara
Depois de uma hora e meia protestando em frente ao Paço, os manifestantes resolveram caminhar até a Câmara Municipal e entraram no prédio entoando o grito de "valorização" . Chegara ao plenário, mas como a sessão ordinária já havia acabado, o local estava quase vazio e as luzes apagadas. Porém, os gritos de ordem e o canto do Hino Nacional protagonizados pelos participantes do ato chamaram a atenção de sete vereadores. Quem tomou à frente na conversa com os manifestantes foi Izídio de Brito (PT). Ele protocolou os documentos com as pautas de reivindicações e afirmou que realizará audiência pública em agosto para debater os temas. Izídio explicou que a data é propícia por causa dos debates para a composição do orçamento municipal de 2014. Também participaram do encontro com os manifestantes os vereadores Anselmo Neto (PP), Saulo do Afro Art"s (PRP), Waldecir Morelly (PRP), Carlos Leite (PT), Marinho Marte (PPS) e Pastor Apolo (PSB). Após o encontro, os manifestantes deixaram a Câmara e se dispersaram.