Outros dois adolescentes afirmam também terem sido torturados.
Chefe da Guarda Municipal nega tortura e diz estar à disposição da polícia.
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Os familiares de um adolescente de 16 anos, Davi Santos Silva, do município de Montadas, no agreste paraibano, afirmam que o jovem teria sido torturado e morto por guardas municipais da cidade dePocinhos na última quinta-feira (13), após serem abordados pelos agentes que suspeitavam da participação dos três em um assalto na região.
O pai de Davi, Juarez Francisco, afirmou que na quinta-feira passada seu filho e mais dois adolescentes, de 13 e 17 anos, seguiram a pé para a cidade de Pocinhos. Os dois afirmaram que perto de uma linha férrea eles foram abordados por guardas municipais de Pocinhos, que os acusaram de terem participado de um roubo. Horas depois, apenas os dois voltaram para Montadas dizendo que tinham sido torturados.
“Quando fiquei sabendo que ele estava sendo torturado me dirigi imediatamente para a Guarda Municipal. Segundo os meninos, os guardas disseram que iam liberar os dois mas que meu filho ia ficar mais um pouco para conversarem mais”, explicou Juarez.
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Depois disso a procura começou, com a ajuda de amigos da família e depois que a polícia foi acionada. Um dos amigos, João Borges, afirmou ter encontrado o corpo de Davi em um terreno. “Estava na moto quando encontrei um corpo. Usei o farol para iluminar o rosto e me certificar de que era Davi. Fui rapidamente avisar a Juarez e para avisar a polícia, mas quando voltamos o corpo já havia sido retirado do local”, explicou João. No terreno, apenas um casaco foi encontrado.
Depois disso a polícia recebeu uma ligação anônima afirmando ter visto alguém jogando um corpo em um açude da região, onde o Corpo de Bombeiros fez buscas durante todo o último fim de semana, mas nada foi encontrado.
O delegado que recebeu o caso, Damião Marçal, disse que já ouviu as outras vítimas e as testemunhas, mas ainda não teve oportunidade de escutar os suspeitos. “Os outros dois adolescentes afirmaram que foram espancados para confessar o assalto e que após chegar em casa foram até o Instituto Médico Legal (IML) para fazer o exame de corpo de delito”.
Já Normando Cavalcante, chefe da Guarda Municipal e um dos principais suspeitos de ter cometido o crime, disse por telefone à TV Paraíba que não vai gravar entrevista, mas afirmou que ele e os colegas só fizeram a abordagem e logo depois os jovens foram liberados e que ele continua à disposição da polícia para qualquer esclarecimento.
A investigação apreendeu o carro da Guarda Municipal de Pocinhos e enviará para o Instituto de Perícia Científica (IPC).
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