Guarda suspeito de matar jovem em Barrinha diz que não estava armado
GCM foi ouvido na delegacia de Sertãozinho (SP) nesta quarta-feira (11).
Homem vai responder em liberdade por homicídio e porte ilegal de armas.
O comandante da Guarda Civil Municipal (GCM) de Barrinha (SP), William Américo Campanini, suspeito de ter atirado e matado um soldador de 26 anos na última segunda-feira (9), disse nesta quarta-feira (11) em depoimento à Delegacia de Investigações Gerais (DIG) de Sertãozinho (SP) que não estava armado. Ele negou ter efetuado o disparo que vitimou o jovem. De acordo com o delegado Rodrigo Pimentel Bortoleto, que investiga o caso, o guarda civil foi indiciado pelos crimes de homicídio qualificado e porte ilegal de armas, mas responderá o processo em liberdade por ter se apresentado espontaneamente à polícia.
Além das investigações da Polícia Civil, o comandante da GCM também é alvo de uma sindicância aberta pela Prefeitura de Barrinha para investigar o caso. Campanini foi afastado da função por tempo indeterminado.
segundo Bortoleto, o comandante da GCM confirmou que participou da ocorrência da Polícia Militar na Vila São José. De acordo com o delegado, o guarda civil afirmou que estava almoçando com os policiais militares na sede do pelotão da PM em Barrinha, quando os agentes disseram que fariam uma blitz à procura de um foragido da Justiça. Os policiais teriam saído em direção ao bairro, enquanto os guardas municipais saíram em patrulhamento para o centro da cidade.
O comandante da GCM disse à polícia que, em determinado momento, ele e outros guardas resolveram acompanhar a diligência da PM. "Segundo o guarda, lá chegando os policiais já haviam abordado três indivíduos e depois chegaram mais dois. Dentre eles estava o Tiago [vítima]. Os PMs teriam saído do primeiro local da abordagem e ido até casas abandonadas próximas ao local. Os guardas ficaram com aqueles rapazes, e então formou-se uma confusão. Os rapazes partiram para cima deles, com vias de fato, ocasião em que o comandante da GCM ouviu um disparo semelhante à arma de fogo. Ele diz não saber de onde partiu o disparo", explica o delegado.
O suspeito disse ainda em depoimento à polícia que só após ouvirem o barulho é que perceberam que a vítima havia caído no chão, ensanguentada. "Nessa ocasião, no momento do tiro, os PMs teriam retornado ao local e efetuado disparos para o alto para dispersar a confusão. Foi aí que eles viram que a vítima estava no chão", diz Bortoleto.
De acordo com o delegado, a versão apresentada pelo comandante da GCM à polícia é semelhante ao depoimento dado pelos policiais militares envolvidos na ocorrência. "A versão não bate, no entanto, com a história que os rapazes que estavam na blitz mencionaram, pois eles dizem que viram o guarda municipal disparando contra a vítima", comenta.
Apesar de ter negado estar armado no momento do crime, o comandante da GCM admitiu que possui arma de fogo. Ele disse ao delegado, no entanto, que o armamento encontrava-se na reserva de armas da Polícia Militar em Sertãozinho (SP).
Segundo Bortoleto, o guarda foi formalmente indiciado pelos crimes de homicídio qualificado e porte ilegal de arma de fogo. O comandante da GCM, no entanto, responderá ao processo em liberdade por ter se apresentado de forma espontânea à Polícia Civil.
Morte de jovem
O GCM é o principal suspeito de ter matado com um tiro na cabeça o soldador Tiago Antônio da Silva, de 26 anos. O crime aconteceu na Vila São José, onde o comandante e outros guardas estariam verificando uma denúncia de consumo e tráfico de drogas.
O GCM é o principal suspeito de ter matado com um tiro na cabeça o soldador Tiago Antônio da Silva, de 26 anos. O crime aconteceu na Vila São José, onde o comandante e outros guardas estariam verificando uma denúncia de consumo e tráfico de drogas.
No local, Silva teria sido baleado ao se desentender com os GCMs durante a abordagem. O jovem chegou a ser encaminhado para a unidade mista de saúde do município, mas não resistiu aos ferimentos. O corpo do rapaz foi enterrado no cemitério da cidade na terça-feira (10).
A morte provocou revolta entre moradores, que por dois dias atacaram prédios públicos e viaturas policiais. A Prefeitura estima um prejuízo de pelo menos R$ 1 milhão.
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