Cabo do Bope é preso acusado de tentar matar a ex-namorada, que é guarda municipal.
O cabo do Bope Adriano José de Souza Santos, de 37 anos, foi preso, acusado de tentar matar a ex-namorada, a guarda municipal Juliana da Silva Roos, de 25. O crime aconteceu no dia 19 de janeiro deste ano em Bangu, na Zona Oeste do Rio. No último dia 3 de julho, o juiz Fábio Uchoa, do I Tribunal do Júri, decretou a prisão temporária, por 30 dias, do policial militar. Três dias depois, ele se entregou na 34ª DP (Bangu), que investigou o caso, e foi levado para o Batalhão Especial Prisional da PM.
No dia 31 do mesmo mês, o magistrado recebeu a denúncia do Ministério Público contra Anderson pelo crime de tentativa de homicídio e converteu a prisão para preventiva. De acordo com Uchoa, a prisão de Adriano “apresenta-se imprescindível para a conclusão das investigações”, por se tratar de um servidor público, autorizado a portar arma de fogo, fato que deixa a vítima e demais testemunhas em situação de risco. O juiz ainda alega que o cabo possui “comportamento violento”, de acordo com os depoimentos prestados.
Na decisão, o juiz explica também que há testemunhas que são parentes da vítima e conhecidos do acusado e que não há documento que demonstre que o cabo possua vínculos que o façam permanecer espontaneamente no Rio, caso esteja em liberdade. Ele destaca que a prisão é essecial “para a garantia da ordem pública, para a conveniência da instrução criminal e para assegurar a aplicação da lei penal’.
Procurada pelo EXTRA, a guarda municipal diz acreditar que os cinco tiros que levou no ombro, na mão, no tórax e no fêmur tenham sido motivados por ciúmes. De acordo com Juliana, o rapaz não aceitava o fato de ela estar em outro relacionamento. Os dois ficaram juntos por cinco anos. Em fevereiro de 2013, quando se separaram pela primeira vez, ela conta que o PM brigou com ela e a ameaçou depois de descobrir que a ela já saía com um professor de educação física:
- Nesses oito meses, minha vida mudou muito. Não tenho mais liberdade, não tenho mais lazer. Tenho medo medo de alguém estar me seguindo e, por isso, só saio acompanhada. Agora, espero que ele me deixe em paz e pague por tudo que fez.
Segundo Juliana, por volta de 7h do dia do crime, ela viu um Renault Duster verde musgo parado na Estrada do Taquaral, quando ia para o trabalho na Zona Portuária. Ela conta que o carro a seguiu e, quando retornava para a casa da mãe, no Mangueiral, o mesmo veículo teria emparelhado com seu Palio branco. Neste momento, Adriano teria abaixado o vidro e atirado.
Juliana ainda anda com auxílio de muletas e continua fazendo fisioterapia e acompanhamento psicológico. O advogado Juliano Pereira Rosa, que defende Adriano, informou que só irá se pronunciar depois da decisão do pedido de habeas corpus feito por ele.
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