Quadrilhas tentaram fraudar concurso
A Polícia Civil, em conjunto com a Polícia Federal, prendeu duas quadrilhas que tentaram fraudar o concurso da Guarda Municipal de Belém, na manhã de ontem. A ação foi descoberta através de denuncias anônimas feitas ao Centro de Extensão e Aperfeiçoamento Profissional Ltda (CETAP), que logo informou a Guarda Municipal e a Divisão de Investigações e Operações Especiais (Dioe) sobre o caso. A Policia Federal também foi acionada. Segundo informações da Polícia Civil, as quadrilhas já atuavam desde 2006, fraudando provas em outros Estados, como Goiás e Espírito Santo. Após a denúncia, policiais civis e federais montaram um esquema para desarticular o plano, com agentes à paisana distribuídos pelos cinco pontos onde estavam sendo realizadas as provas, à espera da ação dos criminosos para fazer a prisão. Até o final da manhã, 12 pessoas haviam sido presas, entre as quais um integrante da Guarda Municipal de Ananindeua e um policial militar. “Vamos continuar nesse esquema de segurança, monitorando e trabalhando em conjunto para que ninguém saia prejudicado”, afirma Luis Eduardo, diretor do Centro de Extensão Treinamento e Aperfeiçoamento Profissional (Cetap), responsável pelo concurso. Hoje, às 9h, a organização do concurso e os órgãos de segurança envolvidos na operação farão uma coletiva para detalhar a investigação e a prisão dos fraudadores. CONCURSO Mais de 33 mil pessoas dedicaram a manhã de ontem a concorrer a uma vaga no concurso. Em 57 locais de Belém, era realizada a prova para a Guarda Municipal de Belém, que oferta 292 postos na corporação. Antes do começo da prova, ocorreu um tumulto numa das salas de realização do teste na Escola Raimundo Martins Viana, no bairro Parque Verde. Um candidato foi flagrado marcando a folha do cartão-resposta antes mesmo de ter recebido as questões. Os demais candidatos se revoltaram com a atitude, alegando que ele estaria recebendo as questões através de algum aparelho eletrônico, já que portava fones de ouvido. A organização do concurso foi acionada para conter os ânimos de aproximadamente 20 candidatos que se recusavam a fazer a prova. A comandante da Guarda Municipal, Ellen Maragareth, foi à sala conversar com os candidatos, mas não conseguiu convencer 11 deles, que após serem liberados pelos seguranças, às 10h, deixaram o local e se concentraram na frente da escola. Outras 19 pessoas aceitaram permanecer em sala e fizeram a prova. “Queriam nos convencer a fazer a prova. Disseram que se não fizéssemos seriamos desclassificados, mas isso é um absurdo”, garantiu Elias Corrêa. Segundo Luis Eduardo, diretor do Cetap, o suspeito de fraude foi identificado com um equipamento que realmente seria um fone de ouvido, mas não estava ligado a nenhum aparelho eletrônico. O diretor informou que a prova deste candidato foi analisada e as respostas estariam marcadas aleatoriamente, com 90% de erros, sem comprovação de fraude. O candidato foi encaminhado à Divisão de Investigações e Operações Especiais (Dioe), onde o caso foi registrado pelo delegado Rogério Moraes, que dará início às investigações. Mesmo com os problemas, a comandante da Guarda Municipal garante que o concurso não será anulado. “Foram casos isolados e controlados. O que percebemos foi a intenção de causar tumulto, mas nenhuma irregularidade foi comprovada”, frisou Ellen. No total, 10,31% dos inscritos, ou seja, 3.873 pessoas faltaram à disputa. A segunda fase será o teste de aptidão física, de caráter eliminatório, previsto para o período de 27 a 29 de abril. Esta etapa será aplicada somente aos candidatos aprovados e classificados na 1ª etapa, os quais serão notificados através do Diário Oficial do Município de Belém. A remuneração é de R$ 2.583,80, mais vantagens como vale-alimentação, vale-transporte e gratificações inerentes. Ainda na tarde de ontem foi divulgado o gabarito oficial do concurso. (Diário do Pará)
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