Publicado em 15 de Abril de 2012, às 00h00min | Autor: Edilson Fogaça de Almeida edilsonfalmeida@msn.com
O toque de recolher combate a sociedade
Em face da violência e da criminalidade crescente em nossa cidade, principalmente aquela ocorrida na Avenida München, surgem idéias hipócritas e absurdas como a do ConSeg
Em face da violência e da criminalidade crescente em nossa cidade, principalmente aquela ocorrida na Avenida München, surgem idéias hipócritas e absurdas como a do Conselho de Segurança e até de alguns legisladores municipais de implantarem o “toque de recolher” para jovens de nossa cidade , onde eles não poderiam circular após certo horários pela cidade.
É algo tão absurdo e tão medíocre que seria cômico se não fosse trágico! Impedir que jovens circulem pela cidade após certo horário é achar que a criminalidade e a violência são culpa de nossos jovens. Simplesmente para tentar ter idéias mirabolantes pra diminuir a criminalidade e a violência. E o respeito aos direitos individuais e coletivos básicos garantido pela Constituição Federal, como o de ir e vir por exemplo? O crime que aconteceu na München ocorre e ocorrerá pela ausência do Estado em um de seus principais deveres que é o de manter a ordem e a segurança pública da sociedade.
Constatamos pela CPI da Segurança Pública que 52% dos presos no presídio e cadeião da cidade de Ponta Grossa-PR são pelo envolvimento direto com drogas e tráficos de drogas. Num levantamento extraoficial os números são ainda maiores, chegam a 85% os presos do presídio e cadeião de nossa cidade por envolvimento direto e indireto com tráficos e crimes decorrentes do tráfico.
O que falta ao Estado é investir, hoje, em efetivo e viaturas. A guarda municipal que é primordial no patrulhamento e em atendimento em ocorrências como a que aconteceu na Avenida München precisa de no mínimo mais 04 viaturas e mais 30 guardas municipais. A Polícia Militar tem dia que tem menos de 3 viaturas para atender a demanda de atendimento na cidade, região rural e distritos. A Polícia Militar tem hoje o mesmo efetivo de 1982 quando Ponta Grossa tinha menos de 20 mil veículos e menos de 150 mil habitantes. Hoje são quase 350 mil habitantes e quase 200 mil veículos circulando pela cidade. A Polícia Civil está sendo reestruturada, pois segundo a própria delegada-chefe, estava totalmente “sucateada”. Já a Polícia Federal tem boas iniciativas e bons programas de combate ao tráfico, principalmente, mas não tem efetivo nem estrutura física para por em prática estes bons planos de combate ao tráfico.
Não podemos punir a sociedade tirando-lhes os direitos de ir e vir, tolhendo-se direitos individuais e coletivos. Pois esta sociedade paga 41% do que produz durante o ano em impostos. Já vivemos em um Estado Socialista, senão de direito mais de fato sim. O Estado fica com quase 50% de tudo que as empresas e aos cidadãos produzem e ganham decorrentes de seus trabalhos.
No entanto, o Estado é incapaz de garantir a segurança com planos básicos e permanentes de integração da Policia Militar, Civil, Policia Federal e Guarda Municipal. O Estado brasileiro fica com quase 50% de tudo que se produz e é incapaz de investir na contratação de homens, de efetivo e comprar viaturas. Coisas básicas.
Destarte, investe-se R$ 1 bilhão de reformas no estádio do Maracanã, por exemplo, para sediar somente a final da Copa do Mundo do Brasil! Imagine isto tudo em viaturas, armas e tecnologia de combate ao crime e ao tráfico. Fora todos os outros bilhões jogados fora nas construções de mais 20 estádios pelo país.
Portanto, o que está faltando para diminuir a criminalidade e a violência na cidade de Ponta Grossa, já sabemos, é aumentar o efetivo e comprar viaturas. Tem que ter polícia nas ruas. Algo simples e básico assim. Já implantar o “toque de recolher” parte de mentes doentias e retrógadas. Só falta agora reimplantar a inquisição e por na fogueira os nossos jovens ponta-grossenses achando-se que com isto se combaterá a violência e a criminalidade em nossa cidade!
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