sábado, 9 de setembro de 2017

Doria quer que GCM passe a ser conhecida como Polícia Municipal de SP

Mudança em veículos dos guardas começa nesta quarta e será ‘gradual’, segundo o prefeito.

Por Will Soares, G1 SP
 
O prefeito João Doria posa ao lado de carro da GCM com o nome Polícia Municipal (Foto: TV Globo/Reprodução)O prefeito João Doria posa ao lado de carro da GCM com o nome Polícia Municipal (Foto: TV Globo/Reprodução)
O prefeito João Doria posa ao lado de carro da GCM com o nome Polícia Municipal (Foto: TV Globo/Reprodução)
A Prefeitura de São Paulo quer que a Guarda Civil Metropolitana (GCM) passe a ser conhecida como "Polícia Municipal". O prefeito João Doria (PSDB) anunciou que, "gradualmente", a partir desta quarta-feira (6), todos os veículos da corporação ganharão adesivos com a nova denominação.
O novo layout dos carros da GCM foi apresentado nesta manhã, na sede da Prefeitura, por Doria e pelo secretário municipal de Segurança Urbana, José Roberto de Oliveira.
Ao todo, a GCM conta com 454 veículos, sendo que 224 são locados. O contrato da locação se encerra no ano que vem e, após a renovação, a gestão Doria já quer que eles venham com a nova roupagem.
"Toda frota vai receber gradualmente, evidentemente, essa nova envelopagem. Todas elas terão a indicação 'Polícia Municipal'. Isso é legal. Houve um estudo feito pela nossa Secretaria de Justiça e também pela Promotoria", disse o prefeito.
De acordo com Doria, a mudança é uma "questão de informação". "Tem pessoas que não conseguem identificar o que quer dizer GCM. Isso é um fato. Brasileiros. Estrangeiros, então, não tem menor ideia do que seja. 'Polícia' você lê em qualquer idioma", explicou.
O secretário José Roberto também defendeu a ideia: "A Guarda já exerce atividades dentro do município que se assemelham à atividade policial".
Carros da GCM terão a inscrição Polícia Municipal (Foto: TV Globo/Reprodução)Carros da GCM terão a inscrição Polícia Municipal (Foto: TV Globo/Reprodução)
Carros da GCM terão a inscrição Polícia Municipal (Foto: TV Globo/Reprodução)
Segundo ele, as vantagens vão além da questão da "informação". "Quando se coloca 'Polícia Municipal' se tem dois ganhos: tangíveis e intangíveis. Os tangíveis é que você vê a viatura com a polícia. Os intangíveis é a sensação que as pessoas têm. Para a pessoa de bem, polícia é mais um órgão. Para quem pratica o crime, é mais alguém que vai estar no combate às suas práticas", justificou.
Na visão de José Roberto, que é coronel da Polícia Militar, criminosos muitas vezes não reconhecem o guarda civil como um agente público de segurança. Ou seja, alguém que deveriam temer. "Com isso a gente ganha também nesse aspecto de combate ao crime na cidade", completou.
Além da mudança em como vai se referir à corporação a partir de agora, a gestão Doria anunciou que pretende trocar mais da metade da frota automotiva da GCM - ou Polícia Municipal - por veículos 100% elétricos até o fim do mandato. Os dois primeiros carros com a tecnologia já estão estacionados na calçada da Prefeitura. Mais uma doação da iniciativa privada, segundo o prefeito.
Guarda posa ao lado de novo carro da GCM já adesivado com as palavras Polícia Municipal (Foto: Will Soares/G1)Guarda posa ao lado de novo carro da GCM já adesivado com as palavras Polícia Municipal (Foto: Will Soares/G1)
Guarda posa ao lado de novo carro da GCM já adesivado com as palavras Polícia Municipal (Foto: Will Soares/G1)

Candidatura em 2018

Questionado se participaria de prévias do PSDB para uma possível candidatura à Presidência da República no ano que vem, Doria respondeu: "Sou filho e fruto das prévias. Devo as prévias à minha candidatura".
Na terça, o padrinho político de Doria, o governador Geraldo Alckmin, defendeu as prévias. "Se tiver mais de um candidato o que deve fazer um partido democrático: deve ampliar a consulta, aquele que for escolhido está legitimado e quem não for escolhido tem o dever de apoiar quem ganhou", disse em evento em que o prefeito não compareceu.
Nesta quarta, Doria disse considerar que as prévias são “um instrumento democrático, bom, saudável”, mas que não é único. “A meu ver o ideal seria termos também uma combinação onde pesquisas nacionais pudessem indicar e avaliar candidatos, não apenas um mas os candidatos, no caso do meu partido, o PSDB, que possam apresentar seus nomes e serem avaliados também no ponto de vista de pesquisa. Em penetração, intenção de voto, igualmente em grau de conhecimento."
Também questionado sobre possível desconforto em prévias com seu padrinho político, o governador Geraldo Alckmin, afirmou. "Nenhum desconforto, mas eu aprendi também rapidamente na política que não há fila na política. Há uma decisão do povo, uma decisão popular. Não existe fila, não existe senha na política”, disse.
“Seria como imaginar dizer ao povo: 'Olha, vote em fulano de tal porque ele é o primeiro da fila', e o povo vai e obedece. Isso não existe. Isso é uma figura caricata, não é a realidade. A realidade é que as pessoas podem apresentar os seus nomes e serem submetidos à opinião pública e, no caso específico, ao eleitor."
Sobre críticas de aliados que consideram que o prefeito estaria traindo Alckmin, respondeu: "Primeiro que eu não me apresento como candidato. Nem como pré-candidato. Eu sou prefeito e continuo fazendo isso. Portanto, não há razão para nenhuma crítica. E mesmo que eu fosse candidato, ainda que fosse, que tipo de crítica poderia haver? Isso é um país democrático, país livre. Qualquer pessoa pode apresentar suas ideias livremente."
E acrescentou: "No dia que alguém que desejar fazer isso for classificado como traidor temos a ditadura no Brasil". Ao ser questionado se sonha em ser presidente, brincou: “Do Santos Futebol Clube. Da República do peixe".

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