30/05/2013 | PROFESSORA BALEADA
Escolas públicas permanecem sem policiamento após crime
Viatura só foi encontrada na escola onde houve um assalto contra professora
Notícia publicada na edição de 30/05/2013 do Jornal Cruzeiro do Sul, na página 8 do caderno A - o conteúdo da edição impressa na internet é atualizado diariamente após as 12h.
André Moraes
andre.moraes@jcruzeiro.com.br
Dois dias após uma professora da rede municipal de ensino ter sido baleada, quando saía da Escola Municipal José Mendes, no Jardim Hungarês, a reportagem do jornal Cruzeiro do Sul percorreu um total de 25 escolas da rede pública (municipal e estadual) e não encontrou viaturas da Polícia Militar (PM) e Guarda Civil Municipal (GCM) nas proximidades de nenhuma delas. Apenas em frente à instituição escolar onde ocorreu o crime havia dois guardas municipais, já que a Secretaria de Segurança Comunitária tinha prometido de que iria intensificar o patrulhamento no local, enquanto durarem as investigações policiais sobre o caso. A equipe do jornal passou por vários bairros da cidade, em diferentes regiões - zona norte, oeste, leste e sul - e pôde constatar que a segurança desses locais não está sendo mantida. Inclusive, em um dos casos, na Escola Municipal Professora Julica Bierrenbach do bairro Árvore Grande, nem mesmo na saída dos alunos havia uma viatura da GCM, para auxiliar as crianças na travessia da rua, por exemplo.
Era por volta das 8h30 de ontem quando a equipe de reportagem começou a percorrer diversos pontos da cidade, para constatar se a fiscalização nas escolas estaria sendo realizada. O primeiro bairro visitado foi o Vitória Régia, começando pela Escola Estadual Professora Rosemary de Mello Moreira Pereira, que fica na rua José Henrique Dias. Chegando ao local, não havia nenhuma viatura da PM, já que a fiscalização em escolas da rede estadual de ensino é de responsabilidade dessa corporação. Porém, depois de cinco minutos em frente à escola, uma viatura foi vista passando perto do local, mas não parou e somente continuou o seu trajeto. Naquele mesmo bairro, a reportagem passou pela Escola Estadual Sarah Salvestro, localizada na rua José Martinez Peres, e no Centro de Educação Infantil (CEI) de número 80, sendo que nenhuma autoridade policial ou da GCM estavam presentes.
Seguindo para o Conjunto Habitacional Herbert de Souza, a Escola Municipal Professora Genny Kalil Milego, na rua Vanderlei Felício, também estava sem fiscalização. A dona de casa Tatiane Cavalcante, 30 anos, inclusive tem uma filha de 7 anos estudando no local, e diz que raramente vê a Polícia ou a Guarda Civil Municipal por ali. "Seria melhor para as crianças se eles viessem mais aqui, porque muitas vezes a gente vê os motoristas passando em alta velocidade perto da escola, o que é perigoso", relata.
No Conjunto Habitacional Ana Paula Eleutério (Habiteto), a reportagem passou por três escolas, sendo elas a Escola Estadual Professora Wanda Costa Daher e CEI-87, ambas na avenida Francisco Xavier, e também na Escola Municipal Walter Carretero, na rua Eugênio Carlos Mendes. A PM e a GCM não estavam presentes em nenhuma delas, nem mesmo fazendo patrulhamento nos locais próximos a elas.
Ainda na zona norte, foram visitadas escolas do Parque das Laranjeiras, Jardim São Guilherme, Jardim Santo Amaro, Vila Helena e Vila Melges, sendo que em nenhuma delas havia fiscalização por parte da PM e da GCM. Somente no Parque São Bento, na Escola Estadual Dulce E. B. Ferreira a reportagem avistou uma viatura da Guarda Civil Municipal, por volta das 9h30. Porém, os guardas somente ficaram no local por cerca de cinco minutos e depois seguiram o seu caminho, indo em direção à avenida Ipanema.
Outras regiões
Um pouco mais próximo do Centro de Sorocaba, a reportagem passou perto de escolas localizadas na Vila Lucy e Humberto de Campos, por volta das 10h30, que também não contavam com policiamento. No Jardim Simus, especificamente na Escola Estadual Professor José Reginato, também não foi constatada a presença de policiais ou de guardas civis.
A avenida principal do bairro Júlio de Mesquita Filho, a Américo Figueiredo, conta com quatro instituições de ensino instalados lado a lado, na altura do número 3.272. São elas a Escola Estadual Antonio Vieira Campos, Escola Municipal Professor Luiz Almeida Marins e os CEIs 57 e 82. Nenhuma delas contava com fiscalização da PM ou GCM. "Fiquei sabendo que já aconteceram alguns problemas com essas escolas há algumas semanas, como atos de vandalismo e furtos", afirma a dona de casa Maria do Carmo Alves de Lima, 54, que mora no bairro.
No Centro da cidade, onde três escolas estão instaladas - Escola Estadual Antonio Padilha, Escola Estadual Visconde de Porto Seguro e Escola Municipal Leonor Pinto Thomaz -, a PM e GCM também não estavam presentes, por volta das 11h. Perto do meio-dia, a reportagem esteve em frente à Escola Municipal Julica Bierrenbach, no bairro Árvore Grande, quando os estudantes já estavam saindo do local para irem até suas casas.
Geralmente viaturas da Guarda Civil Municipal eram encontradas nesses horários nas escolas, para auxiliar as crianças na saída, porém não foi este o caso notado na instituição de ensino do Árvore Grande ontem. "Antes a Polícia Militar passava aqui às vezes, mas nunca mais vi. O que mais vejo aqui são alguns caras que ficam mexendo com as menininhas que saem das escolas do bairro. Não estamos tendo segurança nenhuma", diz o aposentado João Pedro da Silva, 73, que há 50 anos mora próximo à Escola Julica Bierrenbach.
Prefeitura responde
A Secretaria da Segurança Comunitária (Sesco) informa que a prioridade do trabalho da Guarda Civil Municipal é a entrada e saída dos estudantes, o que não significa que não haja patrulhamento em outros períodos do dia. Sorocaba tem 128 unidades escolares e todas elas recebem o patrulhamento em forma de ronda. Além disso, a Prefeitura investe no videomonitoramento para atender a rede municipal de ensino, ampliando não só a segurança como também a sensação de segurança.
andre.moraes@jcruzeiro.com.br
Dois dias após uma professora da rede municipal de ensino ter sido baleada, quando saía da Escola Municipal José Mendes, no Jardim Hungarês, a reportagem do jornal Cruzeiro do Sul percorreu um total de 25 escolas da rede pública (municipal e estadual) e não encontrou viaturas da Polícia Militar (PM) e Guarda Civil Municipal (GCM) nas proximidades de nenhuma delas. Apenas em frente à instituição escolar onde ocorreu o crime havia dois guardas municipais, já que a Secretaria de Segurança Comunitária tinha prometido de que iria intensificar o patrulhamento no local, enquanto durarem as investigações policiais sobre o caso. A equipe do jornal passou por vários bairros da cidade, em diferentes regiões - zona norte, oeste, leste e sul - e pôde constatar que a segurança desses locais não está sendo mantida. Inclusive, em um dos casos, na Escola Municipal Professora Julica Bierrenbach do bairro Árvore Grande, nem mesmo na saída dos alunos havia uma viatura da GCM, para auxiliar as crianças na travessia da rua, por exemplo.
Era por volta das 8h30 de ontem quando a equipe de reportagem começou a percorrer diversos pontos da cidade, para constatar se a fiscalização nas escolas estaria sendo realizada. O primeiro bairro visitado foi o Vitória Régia, começando pela Escola Estadual Professora Rosemary de Mello Moreira Pereira, que fica na rua José Henrique Dias. Chegando ao local, não havia nenhuma viatura da PM, já que a fiscalização em escolas da rede estadual de ensino é de responsabilidade dessa corporação. Porém, depois de cinco minutos em frente à escola, uma viatura foi vista passando perto do local, mas não parou e somente continuou o seu trajeto. Naquele mesmo bairro, a reportagem passou pela Escola Estadual Sarah Salvestro, localizada na rua José Martinez Peres, e no Centro de Educação Infantil (CEI) de número 80, sendo que nenhuma autoridade policial ou da GCM estavam presentes.
Seguindo para o Conjunto Habitacional Herbert de Souza, a Escola Municipal Professora Genny Kalil Milego, na rua Vanderlei Felício, também estava sem fiscalização. A dona de casa Tatiane Cavalcante, 30 anos, inclusive tem uma filha de 7 anos estudando no local, e diz que raramente vê a Polícia ou a Guarda Civil Municipal por ali. "Seria melhor para as crianças se eles viessem mais aqui, porque muitas vezes a gente vê os motoristas passando em alta velocidade perto da escola, o que é perigoso", relata.
No Conjunto Habitacional Ana Paula Eleutério (Habiteto), a reportagem passou por três escolas, sendo elas a Escola Estadual Professora Wanda Costa Daher e CEI-87, ambas na avenida Francisco Xavier, e também na Escola Municipal Walter Carretero, na rua Eugênio Carlos Mendes. A PM e a GCM não estavam presentes em nenhuma delas, nem mesmo fazendo patrulhamento nos locais próximos a elas.
Ainda na zona norte, foram visitadas escolas do Parque das Laranjeiras, Jardim São Guilherme, Jardim Santo Amaro, Vila Helena e Vila Melges, sendo que em nenhuma delas havia fiscalização por parte da PM e da GCM. Somente no Parque São Bento, na Escola Estadual Dulce E. B. Ferreira a reportagem avistou uma viatura da Guarda Civil Municipal, por volta das 9h30. Porém, os guardas somente ficaram no local por cerca de cinco minutos e depois seguiram o seu caminho, indo em direção à avenida Ipanema.
Outras regiões
Um pouco mais próximo do Centro de Sorocaba, a reportagem passou perto de escolas localizadas na Vila Lucy e Humberto de Campos, por volta das 10h30, que também não contavam com policiamento. No Jardim Simus, especificamente na Escola Estadual Professor José Reginato, também não foi constatada a presença de policiais ou de guardas civis.
A avenida principal do bairro Júlio de Mesquita Filho, a Américo Figueiredo, conta com quatro instituições de ensino instalados lado a lado, na altura do número 3.272. São elas a Escola Estadual Antonio Vieira Campos, Escola Municipal Professor Luiz Almeida Marins e os CEIs 57 e 82. Nenhuma delas contava com fiscalização da PM ou GCM. "Fiquei sabendo que já aconteceram alguns problemas com essas escolas há algumas semanas, como atos de vandalismo e furtos", afirma a dona de casa Maria do Carmo Alves de Lima, 54, que mora no bairro.
No Centro da cidade, onde três escolas estão instaladas - Escola Estadual Antonio Padilha, Escola Estadual Visconde de Porto Seguro e Escola Municipal Leonor Pinto Thomaz -, a PM e GCM também não estavam presentes, por volta das 11h. Perto do meio-dia, a reportagem esteve em frente à Escola Municipal Julica Bierrenbach, no bairro Árvore Grande, quando os estudantes já estavam saindo do local para irem até suas casas.
Geralmente viaturas da Guarda Civil Municipal eram encontradas nesses horários nas escolas, para auxiliar as crianças na saída, porém não foi este o caso notado na instituição de ensino do Árvore Grande ontem. "Antes a Polícia Militar passava aqui às vezes, mas nunca mais vi. O que mais vejo aqui são alguns caras que ficam mexendo com as menininhas que saem das escolas do bairro. Não estamos tendo segurança nenhuma", diz o aposentado João Pedro da Silva, 73, que há 50 anos mora próximo à Escola Julica Bierrenbach.
Prefeitura responde
A Secretaria da Segurança Comunitária (Sesco) informa que a prioridade do trabalho da Guarda Civil Municipal é a entrada e saída dos estudantes, o que não significa que não haja patrulhamento em outros períodos do dia. Sorocaba tem 128 unidades escolares e todas elas recebem o patrulhamento em forma de ronda. Além disso, a Prefeitura investe no videomonitoramento para atender a rede municipal de ensino, ampliando não só a segurança como também a sensação de segurança.
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