domingo, 21 de abril de 2013

Moradores reclamam de barulho em obras, em Mogi


Pedro Carlos LeiteDo G1 Mogi das Cruzes e Suzano
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Moradores vizinhos a prédios em construção em Mogi das Cruzesreclamam do barulho constante durante o dia e até de madrugada. Os sons de incessante bate-estaca, geradores e da movimentação dos operários fica ainda mais alto durante o silêncio noturno.
Em dois casos, no mínimo, nos bairros Socorros e Mogilar, o plantão de fiscais da prefeitura não estava funcionando para flagrar as irregularidades, segundo os moradores. A Secretaria Municipal de Segurança, porém, alega que há atendimento 24 horas, apenas esporadicamente pode haver algum problema e um funcionário não ir ao trabalho. Ainda assim, nestes casos, segundo a Prefeitura a Guarda Municipal presta atendimento.
A publicitária Katia Kidan Sousa mora em um condomínio na Vila Mogilar e enviou um vídeo por meio da ferramenta colaborativa VC no G1 (veja acima). As imagens foram gravadas por seu marido, Robson Sousa, que é professor universitário, na madrugada da última terça-feira (16). Na gravação é possível ouvir o barulho de máquinas trabalhando e ver a movimentação de pessoas na obra. O marido de Katia comenta no vídeo que "são quase duas da manhã e ninguém consegue dormir."
Katia afirma que os trabalhadores lutam contra o tempo para terminar a obra. "A síndica do condomínio procurou o escritório da construtora durante o dia e o engenheiro responsável diz que precisa entregar a obra em 10 de maio. Ele disse que na noite em que gravamos o vídeo o concreto que eles usam tinha atrasado para chegar e eles precisavam usar naquela hora senão iam perder". A moradora conta que tem duas duas filhas pequenas - de quatro anos e um ano e meio de idade. "O quarto das meninas fica bem de frente para a obra. Elas precisaram vir dormir comigo. A obra funciona de domingo a domingo, desde manhã cedinho até as 22h. De domingo, por exemplo, eles começam a trabalhar 7h da manhã. A gente quer dormir e já tem barulho de obra na cabeça."
Na terça-feira foi a primeira vez que a obra incomodou também de madrugada. "Nós e outros moradores chamamos a polícia. Eles pararam a obra quando os policias vieram, mas depois começou tudo de novo", diz Katia. Para sua surpresa, ela não recebeu o atendimento que esperava quando acionou a Ouvidoria da Prefeitura. "Liguei no 0800 e a pessoa que me atendeu disse que estava sozinha e que não poderia fazer nada porque os fiscais só trabalham de madrugada de quinta a sábado".
Em nota, o Makro Atacadista S.A., responsável pelas obras, informa que "a reclamação foi direcionada ao setor competente, para que em um curto espaço de tempo possamos analisá-la e adotar as medidas necessárias". A nota diz ainda que a empresa "reforça que o bem-estar dos clientes e das comunidades em que está instalado é sua prioridade, e que irá se empenhar para reduzir qualquer desconforto que possa ter sido causado."
Barulho em obras no Socorro incomodam moradores de condomínio, em Mogi. (Foto: Pedro Carlos Leite/G1)Barulho em obras no Socorro incomodam
moradores de condomínio, em Mogi.
(Foto: Pedro Carlos Leite/G1)
Obra no Socorro
Outro caso parecido é contado por uma moradora do bairro Socorro. A comerciante Fabiana Franco também sofre com o barulho das obras de um empreendimento imobiliário erguido no terreno do shopping da cidade. "Nesta noite (madrugada de quarta-feira) eles estavam batendo cimento era pra lá de 0h30. Toda vez que eles terminam um andar eles fazem muito barulho de noite porque acho que é para preparar a base do próximo andar. A cada duas semanas mais ou menos é o mesmo tormento", afirma.
Fabiana diz também já ter entrado em contato com a prefeitura , mas recebeu praticamente a mesma negativa. "Me disseram que os fiscais só trabalham de quinta a domingo. Tenho que torcer para eles fazerem barulho no dia que o pessoal trabalha", reclama.
Vizinha de Fabiana, a artesã Silvana Benevento também se queixa. "Meu apartamento não está de frente para a obra, mas na madrugada, como está muito silencioso, a gente escuta um barulho de máquina funcionando como se fosse um gerador, um barulho contínuo que as vezes fica a madrugada inteira. No começo da obra era duas ou três vezes por semana, mas agora é todo dia."
Ela se sente desencorajada a denunciar o caso para a prefeitura. "Depois do que a Silvana me passou, fiquei desanimada, acabo não ligando. todo mundo em casa precisa acordar cedo para trabalhar. É um desrespeito".
Empreendimento
A MPD Engenharia, responsável pelas obras, em nota, "pede desculpas por eventuais transtornos causados e esclarece que o evento citado ocorreu em função de um procedimento técnico esporádico. De acordo com sua Política de Boa Vizinhança, a MPD não mantém operários em atividade na obra durante a noite ou a madrugada."
A nota ainda informa que "excepcionalmente, por conta de um imprevisto, em especial durante a concretagem das lajes,em que não é possível interromper o trabalho sem concluí-lo, pode ter acontecido esse inconveniente. Lamentamos eventuais transtornos e cuidaremos para minimizar esse tipo de impacto. Ressaltamos ainda que a MPD tem como objetivo contribuir com o desenvolvimento da cidade, evitando possíveis incômodos aos moradores do entorno."
Denúncias
De acordo com o secretário municipal de Segurança, Eli Nepomuceno, o atendimento de denúncias da Lei do Silêncio ocorre durante 24 horas, todos os dias da semana. Segundo ele, a falta de fiscais ocorre esporadicamente. “Normalmente é falta, afastamento por questões médicas e acaba acontecendo por um período. Sempre que acontece, a Guarda Municipal tem a incubência de comparecer, manter contato com os responsáveis, informá-los e tem conseguido solucionar o problema”, diz o secretário.
Quem tiver reclamções relacionados com a Lei do Silêncio em Mogi das Cruzes deve ligar para 0800-770-1566. Segundo o secretário, a lei estabelece o limite de 75 decibéis das 6h às 22h, de domingo a domingo, e de 50 decibéis, das 22h às 6h, também durante toda a semana. De acordo com Nepomuceno, quando ocorre a denúncia, um fiscal vai ao local na mesma hora, mesmo que seja madrugada. Se a infração for constatada a multa é de R$ 3,6 mil. "Mesmo que não seja constatada irregularidade, as empresas são alertadas, é feita uma recomendação sobre a queixa", explica o secretário.
Nepomuceno ainda informou que a Prefeitura vai entrar em contato com os responsáveis pelas duas obras para avisar sobre as reclamações.
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