Policiais Civis e Militares de Dourados temem pela própria segurança ao adentrar as aldeias Jaguapiru e Bororó em Dourados, locais até então assistidos somente pelas polícias Federal e Força Nacional.
Com a determinação do Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF3) em ação ajuizada pelo Ministério Público Federal (MPF), os policiais Civis e Militares e até a Guarda Municipal terão que prestar atendimento emergencial às comunidades indígenas quando forem solicitados.
Na tarde desta quinta-feira, os representantes da Polícia Militar, Polícia Civil e Guarda Municipal de Dourados se reuniram para elaborar um documento com o objetivo de encaminha-lo ao MPF e à Secretaria de Segurança Pública do Estado (Sejusp).
Aparecido Lima, presidente da Associação dos Cabos e Soldados da PM, Alvani Souza, vice-presidente da Guarda e Roberto Simeão, vice-presidente do Sindicato da Polícia Civil, alertam sobre o risco a vida dos agentes.
"Para adentrar às aldeias é necessário uma série de equipamentos especiais, como armas não letais, e nós não temos", lembra Aparecido Lima.
O alerta dos policiais se dá em razão da série de conflitos que vem acontecendo entre fazendeiros e indígenas, sobretudo problemas sociais que ocorrem dentro da própria aldeia.
"Não questionamos a determinação do MPF e sim a segurança dos nossos policiais que terão que adentrar áreas consideradas em conflito", pontua Aparecido Lima.
A determinação do Tribunal Regional está valendo para Dourados e outros 27 municípios de Mato Grosso do Sul, com aldeias indígenas. A maioria deles na região sul do Estado, local que nos últimos anos vem sendo marcado pela disputa de terras.
Na semana passada um policial aposentado e produtor rural, vizinho de um acampamento indígena na cidade de Douradina, foi assassinado após desentendimento com os índios. Segundo a polícia, ele foi amarrado e torturado a golpes de facão e lança até morte.
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