Prefeitura e polícia de Rio Preto vão investigar pancadaria na Câmara
Após sessão da Câmara, houve pancadaria entre guardas e manifestantes.
Manifestantes protestavam contra arquivamento de CP contra vereador.
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A prefeitura de São José do Rio Preto (SP) e a polícia vão investigar as imagens gravadas no fim da última sessão na Câmara para avaliar a conduta dos manifestantes, vereadores e da Guarda Municipal na pancadaria que ocorreu na saída do prédio. De um lado, manifestantes bloquearam todas as saídas da Câmara de Rio Preto. Do outro lado, guardas municipais que ultrapassaram o limite da lei e usaram de truculência na liberação do caminho.
Um dos agredidos na saída da sessão desta terça-feira (5) foi o funcionário público Rafael Brandão. As marcas das agressões estão espalhadas por quase todo o corpo dele. Ele e o colega foram alvos de chutes e golpes de cassetete durante a confusão entre manifestantes e guardas municipais, em frente à Câmara de Rio Preto. “De uma hora para outra eu comecei a receber borrachadas na costela”, afirma.
Nas imagens feitas pelo Tem Notícias, os manifestantes estão sentados, tentando se defender, enquanto são agredidos pelos guardas. “Chegaram em formação já, todos juntos, dando porrada em meninas no chão, foram caçando a gente e saímos correndo pelos canteiros e apanhando pelas costas”, diz o barman Bruno Possi.
O menor que apanhou no rosto esteve na sessão e em vários momentos os manifestantes ironizavam a cena do tapa e o presidente da Casa, Paulo Pauléra, pedia silêncio. Quando a maioria dos vereadores votou contra o pedido de abertura da comissão processante, o grupo que protestava foi para a rua e bloqueou todas as saídas da Câmara.Os jovens protestavam pelo arquivamento de dois pedidos de abertura de comissão processante contra o vereador Fábio Marcondes (PR). Ele foi flagrado, na semana passada, dando um tapa no rosto de um adolescente de 17 anos. A agressão ocorreu quando um grupo discutia com o vereador, depois que ele se posicionou contra um projeto que beneficiaria a AMA, Associação Amigos dos Mananciais. “Desde que seja um protesto pacífico não tem o que fazer, tem de respeitar”, disse o vereador na época.
Fábio Marcondes saiu escoltado por policiais militares. Preso do lado de dentro do estacionamento, o vereador Celso Luiz de Oliveira, o Peixão, (PSB) apertou o botão que abre o portão, o que acaba gerando toda a pancadaria. Nas imagens, dá para ouvir ele dizendo “pode abrir, vamos ver se eles vão encarar nós”.
Os guardas foram para cima do grupo que permanecia sentado na rua. Nesse momento, a situação fugiu do controle e um jovem levou várias pancadas de cassetete nas costas. O menor de 17 anos, que apanhou de Fábio Marcondes na semana passada, apareceu nas imagens com o colega que foi agredido.
Na confusão, uma lixeira foi queimada e pelo menos quatro pessoas foram presas. Questionado porque abriu o portão que garantia a segurança das pessoas, o vereador Peixão deu uma versão diferente do que foi mostrado nas imagens. “Acontece que eles arrombaram o portão e única coisa que pedíamos é que queríamos ir embora. Trabalhamos o dia inteiro e estou no meu direito de ir embora e sou contra a violência”, afirma Peixão.
Para o presidente da Câmara, a Guarda Civil não tinha outra alternativa para desbloquear as saídas do prédio. “Houve, pelo que disseram, ofensas das pessoas que estavam ali, desconsiderando a Guarda Municipal, então houve essa reação que repudiamos, mas não podemos tirar o direito das pessoas se defenderem”, afirma. Todos os detidos foram ouvidos e liberados. Seis ocorrências de agressão foram registradas pelos manifestantes contra os guardas municipais.
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