sábado, 15 de junho de 2013


Shangai recebe Base Móvel da PM

PM deslocou base móvel e viaturas à Praça do Shangai / Foto: Eisner Soares

Após reclamações e uma série de denúncias envolvendo a ação de usuários de drogas e moradores de rua que bruscamente abordam os frequentadores e passantes da Praça João Antonio Batalha, no Shangai, a Polícia Militar deslocou uma Base Comunitária Móvel e duas viaturas para o local, na tarde de ontem, em ação semelhante à realizada pela Guarda Municipal no Largo Bom Jesus, em abril. O resultado foi exatamente o mesmo: os andarilhos atravessaram a rua e se concentraram em frente ao prédio do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), onde chegaram a improvisar uma barraca e destruíram algumas árvores.
O tenente-coronel Silvio Lúcio Nassaro, comandante do 17º Batalhão da Polícia Militar, veio à redação de O Diário para destacar que o problema precisa ser discutido com a participação do poder público e da população de Mogi das Cruzes. Ele se disse “chocado com a reação emocional dos moradores”, que pedem uma solução urgente para os assaltos e o uso indiscriminado de drogas, situações que se tornaram rotineiras nos últimos meses no Centro da Cidade, e muitas vezes são associadas aos moradores de rua.
“Isso é compreensível, nós conseguimos entender o sentimento dessas pessoas que tiveram as rotinas alteradas nas últimas semanas, mas a razão deve prevalecer”, inicia o comandante, reafirmando: “O uso de drogas não é crime”. A frase causou polêmica e descontentamento aos moradores do entorno da Praça do Shangai. “Eu não posso prender uma pessoa porque ela está drogada. Essa pessoa precisa ser tratada, assistida, compreendida, apoiada”, ressalta Nassaro.
O comandante diz que, enquanto o problema for entendido como sendo apenas da Polícia, os assaltos, o uso de drogas e as abordagens feitas pelos moradores apenas mudarão de endereço. “Eu não posso estar o tempo todo ao lado do andarilho para saber a hora que ele vai usar a droga ou importunar um morador. Não tenho recursos para isso”, completa.
A solução, segundo Nassaro, deve ser mais abrangente. “Digamos que no Shangai almas sensíveis aos nossos argumentos decidam arregaçar as mangas e sair de uma função apenas crítica e destrutiva e partir para uma atitude pró-ativa. Que montem uma associação, que procurem a Prefeitura, que discutam uma saída inteligente para abordar o problema. Quando isso acontecer, pode ter certeza de que participaremos de todas as reuniões possíveis”, pontua.
A presença da Base Comunitária e viaturas na Praça do Shangai serve para “apagar incêndio”, conforme diz Nassaro, já que - tendo em vista a ação realizada em outros locais – a presença de policiais apenas empurra os andarilhos para outros pontos.
O coordenador geral da Rede Nossa Mogi das Cruzes, Mario Sergio de Moraes, que estava com Nassaro, compartilha da mesma visão do comandante. “Esse é um problema que só pode ser tratado por meio de vacinas sociais”, como o incentivo à cultura, ao esporte, e outras atividades que atinjam diretamente esse público. “Isso passa por uma polícia comunitária, que respeita o cidadão, e de uma sociedade civil que queira ressocializar a pessoa que por algum motivo está jogada na rua. É um conjunto de políticas públicas e não somente colocar a PM para tentar resolver”, ressalta. (Danilo Sans)

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