quarta-feira, 2 de janeiro de 2013


  • Alexandre Kireeff aposta em reestruturação de órgãos municipais e gestão técnica da Prefeitura de Londrina

  • Juliana Leite
Câmara Municipal. Segundo colocado nas pesquisa de intenção de votos para as eleições de 2012, ele, que estava empatado tecnicamente com a candidata Márcia Lopes (PT), conseguiu reverter o quadro eleitoral e venceu o principal adversário na disputa, Marcelo Belinati (PP).

Após uma campanha fundamentada em inovação do cenário político aliada a promessas de uma administração técnica da cidade, Kireef conquistou pouco mais da metade do eleitorado londrinense e somou no segundo turno 50,53% dos votos válidos, o que equivale a 141.027 votos.
Agora sua missão é gerenciar o município que passa por dificuldades financeiras e problemas emergenciais nas áreas de saúde, educação e segurança após escândalos de corrupção envolvendo o ex-prefeito Barbosa Neto (PDT), cassado pela Câmara Municipal de Londrina no dia 30 de julho de 2012.
Kireeff é casado, pai de três filhos e empresário dos setores de bioenergia, imobiliário e agronegócio. Natural de Marília, interior de São Paulo, o novo prefeito de Londrina é formado em Medicina Veterinária e tem especialização em gestão estratégica. Já foi presidente da Sociedade Rural do Paraná (SRP), da Associação dos Neloristas do Paraná (Anel), conselheiro da Universidade Estadual de Londrina (UEL) e do Instituto Agronômico do Paraná (Iapar).
Este será o primeiro cargo público ocupado por Kireeff. Na última quinta-feira (25), o novo prefeito de Londrina parou sua rotina de reuniões, encontros políticos, coletivas e organizações com o objetivo de assumir a administração municipal nos próximos dias para conversar com oportal odiario.com sobre suas metas de gestão.
Entre os detaques da entrevista, Kireeff propõe reforçar o atendimento básico à saúde e priorizar a questão da segurança na cidade, dando estrutura e apoio à Guarda Municipal. Ele também aponta a efetivação do projeto Arco Norte para deslanchar o desenvolvimento econômico de Londrina e região. Confira os principais trechos do bate papo com Alexandre Kireeff.
O município de Londrina enfrentou dificuldades com a Saúde, como a falta de médicos nos postos de saúde, terceirização do setor, filas que somavam horas de atendimento e muita reclamação da população. O que deve ser feito nos próximos anos para melhorar a qualidade nos serviços?
Em todas as secretarias estamos estabelecendo estratégias. Para situações mais emergentes - e na Saúde será assim – será dessa forma. Na Secretaria de Saúde temos dois aspectos que me parecem fundamentais. Primeiro será reoorganizar a distribuição de medicamentos e isso é muito importante que seja feito. Em segundo lugar seria reorganizar o atendimento dos postos de saúde, a atenção básica de saúde.
Para um médio-longo prazo nós precisamos reestruturar as equipes de médicos de saúde da família, porque se não tiver um investimento na medicina preventiva nós não vamos conseguir dar o atendimento que a população precisa, ou melhor, o sistema não será otimizado.
Evidentemente que também será preciso uma sincronia com o sistema estadual de saúde. Nós precisamos conseguir junto ao governo do Estado a ampliação das equipes de cirurgia e de anestesistas para que essa fila de cirurgias possa também ser esvaziada.
Não tem milagre. Nada será resolvido num estalar de dedos. É bom que fique bem claro. Mas é possível sim, através de ações e elegendo as de maior urgência, fazer intervenções e melhorar o serviço de saúde no município.
A cidade registrou diversos crimes no último ano e uma grande preocupação dos londrinenses é com relação à segurança. Quais os projetos para a área?
De forma imediata nós vamos reestruturar e reorganizar a nossa Guarda Municipal. Nós convidamos o coronel Guimarães (Rubens Guimarães de Souza), que foi comandante geral da Polícia Militar do Paraná para comandar a nossa Guarda Municipal e construir aquela sinergia e integração com a PM e Polícia Civil para que todas essas forças possam se somar e dar uma condição de segurança melhor para a população.
Agora não há como disassociar a segurança de outros investimentos de longo prazo que a prefeitura precisa fazer. Precisamos melhorar o nível de empregabilidade no município de Londrina, dar condição à nossa Assistência Social para realmente praticar busca ativa e atender as famílias em condição de vulnerabilidade. Investir fortemente no tratamento da vulnerabilidade habitacional, porque isso tem uma relação direta com a criminalidade.
Em campanha, o senhor defendeu que a Guarda Municipal não fosse armada. Mas o novo secretário municipal já disse que há essa possibilidade.
Não, o que eu dizia era que não pretendia armar a Guarda Municipal hoje, de maneira precipitada e sem passar por essa estruturação. Não há a menor possibilidade de entregar armas hoje e o coronel sabe disso. Há até previsão na lei que a Guarda seja armada. Mas hoje ainda não existe um local para guardar essas armas. Então, existem muitos passos a serem percorridos antes de colocar nossa Guarda armada nas ruas. Não vamos cometer a imprudência sem que haja toda a estruturação adequada, até mesmo o curso de formação deles que está sob questionado judicial.
E para promover o desenvolvimento econômico de Londrina, o que está previsto em sua administração?
Toda indústria é bem vinda. Londrina tem algumas potencialidades que acabam apurando, como a indústria química e de medicamentos. A indústria de transformação de alimentos de segunda geração também é uma potencialidade que pode ser estimulada, sempre aliada a estratégia do governo estadual, que dá os grandes beneficios tributários para a instalação de empresas no município.
O senhor também defendeu, durante campanha eleitoral, o projeto Arco Norte...
Acredito no Arco Norte. Essa é uma infraestrutura que pode sim gerar um novo viés para o desenvolvimento e estrutura para Londrina. O Brasil não possui nada parecido. Mas a primeira locação sugerida, na Mata dos Godói (zona sul da cidade), abre o espaço para uma discussão ambiental e também social, porque os moradores da região questionam a instalação do Arco Norte ali.
Todos nós sabemos que o projeto, qualquer que seja ele, precisa hoje ser amparado na sustentabilidade, baseado em critérios ambiental, social e econômico. Esses três aspectos têm que ser avaliados e é isso que esperamos fazer com muita rapidez. Estando essas três etapas superadas vamos promover os esforços no sentido de executar o Arco Norte. Se não for naquela localização, vamos buscar outra. Tenho certeza que pode ser uma ferramenta de desencadeamento de desenvolvimento economico.
A administração também passou por dificuldades nos últimos anos na Educação como a falta de vagas para creches, implantação sem planejamento do 5º ano, entre outros problemas. Como fica o setor a partir de 2013?
Nós vamos começar de baixo para cima. Precisamos investir na criação de vagas para a pré-escola. Temos um déficit de mais de quatro mil crianças fora da escola e uma ação emergencial que é abrigar as crianças do 5º ano. Não foi planejada a construção de novas salas e faltam 79 salas para o início do ano letivo. É claro que elas não serão construídas entre janeiro e o início das aulas.
Vamos ter que nos apoiar em uma solução que está sendo desenvolvida pela atual secretária da Educação (Maria Inês Galvão de Mello) no sentido de fazer realmente um paliativo. E por aí seguir essa mesma lógica de ações emergenciais e planejamento. Fazer uma análise do perfil demográfico e a demanda de cada região. Esse tipo de análise precisa ser implementado na prefeitura. É um desafio de médio a longo prazo, mas que precisa haver intervenções pontuais.
Outro problema está no serviço de limpeza pública e de coleta seletiva. Muito lixo acumulado nas ruas e as pessoas não sabem mais o que fazer. Como lidar com essa situação?
Estou confiando na capacidade de organização da Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização (CMTU), através do Carlos Alberto Lopes Geirinhas. Já foi elaborado um plano emergencial.
É chocante ver essa montanha de lixo acumulado em todos os locais. Percebe-se claramente que hoje o serviço de limpeza e de coleta é deficiente e não está funcionando.
Nós vamos fazer intervenções no sentido que ele funcione, que os contratos emergenciais acabem. Queremos contratos consistentes, com previsibilidade e estabilidade para inclusive terem possibilidade de serem fiscalizados. Os contratos emergenciais, como são de curta duração, tem pouca possibilidade de fiscalização e aprimoramento. A previsão é que essa etapa seja superada.
Em relação também aos contratos emergenciais, existe também um questionamento que envolve o futuro do saneamento básico em Londrina, sobre os serviços prestados pela Sanepar e a possível municipalização do serviço. De que forma sua equipe está tratando do assunto?
Não há nenhuma tratativa com a Sanepar. O máximo que fiz foi a leitura de um livro - "Acima das Nuvens o céu é sempre azul", do engenheiro civil e construtor José Pedro da Rocha Neto - a respeito do processo de quando a antiga SAS (Serviço Autárquico de Saneamento) que era o serviço municipal de água e esgoto foi transferido para a Sanepar, na época do governo José Richa.
Preciso ter acesso aos documentos, inclusive ao contrato emergencial que está em vigência, conhecer e discutir com a sociedade para tomar a decisão. Realmente é uma questão muito relevante, muito importante. Existem demandas entre o município e a Sanepar, demandas judiciais, e isso precisa ser discutido com muita transparência para que Londrina acerte. Não podemos errar nesse sentido.
Em sua opinião, o ideal seria a municipalização do serviço?
Acho que vale a pena discutir o tema em um ambiente bem amplo. A cidade tem que tomar essa decisão. Particularmente terei acesso a uma quantidade de informações que vão me dar uma posição e no momento adequado terei uma opinião sobre isso. Tudo isso passa por um rito legal e nós vamos seguir rigorosamente independentemente da minha posição. Mas com certeza vou externá-la.
O PSD não elegeu nenhum vereador para a Câmara Municipal de Londrina. Como é que estão as tratativas para a escolha do seu representante no Legislativo?
Estou tranquilo em relação à isso. Os nomes que surgem a candidatos à presidência da Câmara são bons. A partir dessa eleição vou tomar a decisão a que se refere ao líder na Câmara e convidar um vereador para fazer esse papel. Evidente que tenho simpatia por alguns vereadores, mas como nenhum deles faz parte do meu partido tenho muita liberdade. Da mesma maneira que tenho liberdade com meu secretariado, que procurei me basear no conceito técnico, eu tenho liberdade também para atuar junto com 

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