SOCORRISTA DO SAMU SE NEGA A ATENDER PACIENTE E É PRESO PELA GUARDA MUNICIPAL
Mulher tem socorro negado e morre depois de passar mal em Nova Lima.
Funcionário do Samu que teria se recusado a prestar atendimento foi levado para a delegacia; órgão apura o caso.
Uma mulher morreu depois ter o atendimento negado pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) na noite dessa quinta-feira, em Nova Lima, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Um socorrista do órgão de 47 anos foi detido e levado para a delegacia da cidade.
Segundo o boletim de ocorrência registrado pela Polícia Militar (PM), Aide das Graças Valadares, de 67 anos, começou a passar mal em razão de uma confusão em uma casa na Rua Benedito Valadares, no Centro do município. Policiais que faziam patrulhamento na Praça Bernardino de Lima, também na Região Central, souberam do caso por algumas pessoas e foram até a residência onde Aide estava.
Ao chegar ao local, os PMs encontraram a mulher deitada no chão e com falta de ar. Durante o atendimento da polícia, uma viatura da Guarda Municipal chegou à casa e, devido à gravidade da situação, um agente foi até ate uma base do SAMU que fica próxima ao endereço da ocorrência e solicitou o atendimento.
O socorrista alegou que não poderia prestar assistência a mulher sem saber o motivo, conforme relatos da polícia. Pouco depois, o guarda retornou à unidade do SAMU e insistiu no atendimento a Aide. Mais uma vez, o funcionário do órgão teria negado o serviço, afirmando que o faria desde que houvesse o chamado da central da corporação. Com isso, o guarda municipal deu voz de prisão ao socorrista.
O boletim de ocorrência conta ainda que, depois de 30 minutos das primeiras solicitações, finalmente o Samu socorreu Aide, mas não conseguiu salvá-la. O pedido do atendimento teria sido feito antes do guarda ir à base do Samu.
A assessoria do órgão informou que está analisando o caso para tomar as providências. Em nota, a Secretaria Municipal informou que a central de regulação do Samu de Belo Horizonte recebeu o chamado às 19h09, e que a ambulância chegou no endereço indicado pelo solicitante em 14 minutos. Segundo o órgão, um levantamento preliminar indica que houve demora em acionar a central de regulação do Samu. Assim que a central soube do ocorrido, um coordenador esteve no local para acompanhar o caso. “A SMSA esclarece que, na rotina, o acionamento de ambulância do Samu deve ser feito por meio do telefone 192. Entretanto, existem casos em que, excepcionalmente, a rotina pode e deve ser alterada, sem o acionamento do 192, com o auto empenho da ambulância”, esclarece a Secretaria. Ainda de acordo com a pasta, o caso será discutido com Nova Lima para que, se necessário, a equipe receba um novo treinamento.
Segundo a Polícia Civil, o socorrista foi ouvido na Central de Flagrantes (Ceflan), no Bairro Floresta, Região Leste da capital, e assinou um termo circunstanciado de ocorrência. Ele será ouvido em audiência e pode responder pelo crime de omissão de socorro.
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