Após denúncia de repórter agredido, Guarda Municipal do RJ pune agentes
Redação Portal IMPRENSA | 16/02/2016 09:00
Após a denúncia do jornalista Bernardo Tabak, do jornal carioca O Globo, sobre a agressão de guardas municipais durante o desfile de um bloco na zona portuária do Rio de Janeiro (RJ), a Guarda Municipal retirou das ruas e realocou em serviços administrativos os 15 agentes que participaram da ação.
Crédito:Reprodução/Facebook
Jornalista divulgou imagens das marcas da agressão policial
De acordo com O Globo, todos eles são investigados em sindicância interna, que deve ser finalizada em 30 dias. Os agentes podem ser expulsos. O chefe do efetivo que atuava no local foi exonerado do cargo.
O Ministério Público estadual também pode abrir uma investigação. O coordenador de Direitos Humanos do MP, Márcio Mothé, solicitou ao Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Justiça de Tutela Coletiva de Defesa da Cidadania que avalie o caso.
Além disso, a Defensoria Pública analisa medidas judiciais contra a Guarda Municipal. O coordenador do Núcleo de Direitos Humanos do órgão, Fábio Amado, informou que uma ação coletiva pode ser protocolada para que o órgão não atue mais de modo hostil.
O caso
A agressão contra Tabak ocorreu na madrugada do último sábado (13/2), quando integrantes do Technobloco, concentrados na Praça Mauá, relataram ter sido agredidos por guardas com golpes de cassetetes. A GM alegou que um grupo depredava o patrimônio público local.
O repórter apanhou, foi algemado e levado à delegacia porque filmava com seu celular a agressão gratuita praticada pelos agentes da guarda municipal. Ele denunciou a agressão em sua página no Facebook.
“Não presenciei o começo do tumulto. Estava no meio da praça. Mas vi de longe uns guardas batendo em gente gratuitamente, indiscriminadamente, que tentavam simplesmente se desvencilhar da confusão. Afirmo: não vi qualquer depredação durante todo o desfile, não vi pichações e não vi ninguém lançando garrafas contra a GM-Rio (nem em nenhum dos vários vídeos que já assisti até agora). Revoltado, recorri ao melhor instrumento de denúncia que aprendi a usar nestes 15 anos como jornalista: informação e divulgação. Foi demais para eles”, contou.
Em nota, a Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert) repudiou a violência da Guarda Municipal do Rio de Janeiro contra o jornalista. A entidade destacou que considera extremamente preocupantes os constantes atos hostis que tentam impedir a livre e necessária atuação da imprensa.
"Gravar a ação de agentes públicos é direito tanto de jornalistas, quanto dos cidadãos. A Abert pede às autoridades competentes do Rio de Janeiro a apuração rigorosa dos fatos, além da punição dos responsáveis", completou.
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