Em campanha, Russomanno evoca Jânio Quadros e diz que vai 'botar GCM na rua'
Memória do prefeito que criou Guarda Civil Metropolitana foi
lembrada pelo líder nas pesquisas pela prefeitura de São Paulo. Se
eleito, representante do PRB diz que usará Constituição para colocar
guardas municipais para fazerem revista e darem voz de prisão
Publicado em 25/09/2012, 20:02
Última atualização em 26/09/2012, 12:07
Para o candidato do PRB, a PM de São Paulo não é violenta.
Pelo contrário, precisa de apoio (Foto: Paduardo/Arquivo Folhapress)
São Paulo – O candidato do PRB à prefeitura de São Paulo, Celso
Russomanno, evocou hoje (25) a figura do ex-presidente e ex-prefeito
Jânio Quadros para explicar a remodelação que pretende impor à Guarda
Civil Metropolitana (GCM) caso vença as eleições. “Quero ressuscitar a
GCM do Jânio Quadros, que era eficiente e ajudava a população”,
comparou, ao ser questionado se não estava revitalizando o jargão
malufista da “Rota na rua” como política de segurança para a cidade.
Jânio Quadros governou a capital em três ocasiões: de abril de 1953 a julho de 1954, entre janeiro e fevereiro de 1955 e de 1986 a 1988. Foi em seu último mandato como prefeito de São Paulo que criou a GCM – mais precisamente, em 1986, com a aprovação da Lei municipal 10.115. No artigo 1º, a legislação janista atesta que à Guarda caberá “a vigilância dos próprios municipais e colaboração na segurança pública”. Mais tarde, em 1999, durante a gestão do prefeito Celso Pitta (1997-2000), as atribuições da CGM foram ligeiramente modificadas: à corporação “caberá a proteção e a vigilância dos bens, serviços e instalações municipais e a colaboração na segurança”.
“Vou trabalhar em cima do que estabelece a Constituição e o Código de Processo Penal, que diz que qualquer pessoa do povo pode e a polícia deve prender quem quer que se encontre em flagrante delito, ou seja, cometendo um crime”, explicou Russomanno. “Se qualquer um do povo pode, inclusive você, significa que a GCM também pode – e pode também apreender produtos ilícitos, drogas e armas, e fazer revistas no cidadão. Portanto, a GCM vai pra rua dar voz de prisão quando for necessário e fazer revista em quem tiver que ser feita.”
Este ano, a gestão Gilberto Kassab (PSD) orientou os guardas a agir com rigor contra a população de rua e a evitar que os moradores fiquem em torno do prédio da Faculdade de Direito do Largo São Francisco, no centro. Em ação apresentada em setembro, o Ministério Público Estadual questiona a atribuição constitucional da GCM e pede que a prefeitura proíba seus homens de bater, chutar e retirar os pertences dos cidadãos mais vulneráveis.
O candidato do PRB disse ainda que a Polícia Militar de São Paulo não é violenta e que, pelo contrário, precisa de mais apoio. “Fiz um curso na Highway Patrol da Califórnia, nos Estados Unidos, e o capitão disse pra mim que a polícia na rua tem que ser respeitada”, contou. “As mortes de policiais que estão ocorrendo em São Paulo mostram que, infelizmente, a polícia não é respeitada.” Questionado se a PM tem respeitado a população, sobretudo nas periferias da cidade, o candidato desconversou: “A justiça civil e militar deve tomar uma providência sobre o que está errado. Mas a polícia tem é que estar na rua, protegendo a população.”
De acordo com o candidato, se for eleito, durante seu mandato as escolas serão abertas à população com mais de 60 anos durante os fins de semana para a prática de atividades físicas, realização de cursos e exames médicos – além dos bailes, claro. “Assim o idoso poderá checar sua saúde enquanto se diverte”, sustentou. “Depois de se divertirem, poderão voltar para casa e descansar em paz, porque fizeram exercício.” Mas Russomanno apenas conseguiu arrancar aplausos da plateia ao lembrar que só não fica velho quem não chega no fim da vida.
Com marcado sotaque paulistano, o presidente do Círculo de Trabalhadores Cristãos da Vila Prudente, Newton Zadra, conta que todos os candidatos à prefeitura de São Paulo apresentaram, na sede da entidade, suas propostas à população do bairro – menos o concorrente do PMDB, Gabriel Chalita, por problemas de agenda.
“As necessidades fundamentais já estão atendidas por aqui, exceto em alguns bolsões de pobreza”, afirma. “Mas temos poucas áreas verdes e equipamentos de lazer, há tempos pedimos a construção de um teatro. O centro da Vila Prudente sofre com enchentes todos os anos, então precisamos de um piscinão. Lutamos também para dividir a Subprefeitura de Vila Prudente, que tem 31 quilômetros quadrados. É muito grande.”
Zadra acredita que o eleitorado da região tem um perfil conservador. “Senti um crescimento da simpatia pelo Russomanno”, anota. “Não sei se é por causa da rejeição que as pessoas tem do José Serra e do PT, mas foi quase natural o crescimento do Russomanno aqui. Acho que vai ter uma votação muito boa no bairro.”
Jânio Quadros governou a capital em três ocasiões: de abril de 1953 a julho de 1954, entre janeiro e fevereiro de 1955 e de 1986 a 1988. Foi em seu último mandato como prefeito de São Paulo que criou a GCM – mais precisamente, em 1986, com a aprovação da Lei municipal 10.115. No artigo 1º, a legislação janista atesta que à Guarda caberá “a vigilância dos próprios municipais e colaboração na segurança pública”. Mais tarde, em 1999, durante a gestão do prefeito Celso Pitta (1997-2000), as atribuições da CGM foram ligeiramente modificadas: à corporação “caberá a proteção e a vigilância dos bens, serviços e instalações municipais e a colaboração na segurança”.
“Vou trabalhar em cima do que estabelece a Constituição e o Código de Processo Penal, que diz que qualquer pessoa do povo pode e a polícia deve prender quem quer que se encontre em flagrante delito, ou seja, cometendo um crime”, explicou Russomanno. “Se qualquer um do povo pode, inclusive você, significa que a GCM também pode – e pode também apreender produtos ilícitos, drogas e armas, e fazer revistas no cidadão. Portanto, a GCM vai pra rua dar voz de prisão quando for necessário e fazer revista em quem tiver que ser feita.”
Este ano, a gestão Gilberto Kassab (PSD) orientou os guardas a agir com rigor contra a população de rua e a evitar que os moradores fiquem em torno do prédio da Faculdade de Direito do Largo São Francisco, no centro. Em ação apresentada em setembro, o Ministério Público Estadual questiona a atribuição constitucional da GCM e pede que a prefeitura proíba seus homens de bater, chutar e retirar os pertences dos cidadãos mais vulneráveis.
O candidato do PRB disse ainda que a Polícia Militar de São Paulo não é violenta e que, pelo contrário, precisa de mais apoio. “Fiz um curso na Highway Patrol da Califórnia, nos Estados Unidos, e o capitão disse pra mim que a polícia na rua tem que ser respeitada”, contou. “As mortes de policiais que estão ocorrendo em São Paulo mostram que, infelizmente, a polícia não é respeitada.” Questionado se a PM tem respeitado a população, sobretudo nas periferias da cidade, o candidato desconversou: “A justiça civil e militar deve tomar uma providência sobre o que está errado. Mas a polícia tem é que estar na rua, protegendo a população.”
Terceira idade
Antes de conversar com os jornalistas, Celso Russomanno expôs suas propostas para a terceira idade, aproveitando que idosos e aposentados eram a esmagadora maioria entre o público presente no Círculo de Trabalhadores Cristãos da Vila Prudente, na zona leste, onde cumpriu agenda de campanha. O candidato fez uso da palavra durante um baile da saudade, e prometeu informatizar o sistema de saúde municipal para agilizar o atendimento. Mas o principal anúncio de Russomanno foi a construção de Centros de Educação Unificada (CEU) voltados para os idosos. “Vamos construir quatro, um em cada região da cidade, nos bairros com maior concentração de pessoas na terceira idade.”De acordo com o candidato, se for eleito, durante seu mandato as escolas serão abertas à população com mais de 60 anos durante os fins de semana para a prática de atividades físicas, realização de cursos e exames médicos – além dos bailes, claro. “Assim o idoso poderá checar sua saúde enquanto se diverte”, sustentou. “Depois de se divertirem, poderão voltar para casa e descansar em paz, porque fizeram exercício.” Mas Russomanno apenas conseguiu arrancar aplausos da plateia ao lembrar que só não fica velho quem não chega no fim da vida.
Com marcado sotaque paulistano, o presidente do Círculo de Trabalhadores Cristãos da Vila Prudente, Newton Zadra, conta que todos os candidatos à prefeitura de São Paulo apresentaram, na sede da entidade, suas propostas à população do bairro – menos o concorrente do PMDB, Gabriel Chalita, por problemas de agenda.
“As necessidades fundamentais já estão atendidas por aqui, exceto em alguns bolsões de pobreza”, afirma. “Mas temos poucas áreas verdes e equipamentos de lazer, há tempos pedimos a construção de um teatro. O centro da Vila Prudente sofre com enchentes todos os anos, então precisamos de um piscinão. Lutamos também para dividir a Subprefeitura de Vila Prudente, que tem 31 quilômetros quadrados. É muito grande.”
Zadra acredita que o eleitorado da região tem um perfil conservador. “Senti um crescimento da simpatia pelo Russomanno”, anota. “Não sei se é por causa da rejeição que as pessoas tem do José Serra e do PT, mas foi quase natural o crescimento do Russomanno aqui. Acho que vai ter uma votação muito boa no bairro.”
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