sábado, 18 de junho de 2011

Cuiabá tem 1 fiscal para cuidar de 5 mil veículos

Atualmente, Cuiabá conta com 1 fiscal de trânsito para mais de 5,3 mil veículos. O número, bem abaixo do considerado ideal pelo Conselho Nacional de Trânsito (Conatran), de 1 para 1 mil, ajuda a compreender porque a Capital, com frota de 292.293 mil veículos, possui hoje um dos trânsitos mais violentos do Brasil. Em Várzea Grande, a situação não é diferente. Embora em proporção menor, 1 para 1 mil veículos, os responsáveis pela fiscalização, a Guarda Municipal, têm outras responsabilidades que vão além de melhorar a mobilidade urbana da cidade. Diretor de trânsito da Secretaria de Trânsito e Transporte Urbano (SMTU) da Capital, Jackson Messias reconhece que o número é insuficiente, mas afirma que o número de autuações tem aumentado. Em 2010, os agentes que trabalham em 2 turnos, das 6h às 13h e das 13h às 19 horas, lavraram mais de 40 mil multas de trânsito apenas na Capital. De acordo com dados da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) cerca de 10 mil veículos são comercializados por mês em Cuiabá o que demandaria 10 novos fiscais a cada 30 dias. Para auxiliar a fiscalização, a SMTU conta com 99 pontos críticos de conflito mapeados em Cuiabá. Com estes dados, as equipes realizam a fiscalização do trânsito de forma fixa e volante, com o apoio de 10 motos e 6 carros. A cidade foi dividida em 5 regiões, Centro Político Administrativo, avenida Historiador Rubens de Mendonça, campeã no número de infrações, Centro, Coxipó e Porto. Porém, a equipe de reportagem, em 3 ocasiões, transitou por algumas das principais vias da cidade e não encontrou nenhum agente. Messias se defende e explica que, de fato, é muito difícil encontrar um "amarelinho" exatamente porque a fiscalização é volante. O número de "amarelinhos" poderia ser maior, não fosse o serviço burocrático. Somado às licenças médicas e maternidade, cerca de 20 servidores atuam na área de educação de trânsito, Junta Administrativa de Recursos de Infrações (Jari) ou em outro serviço burocrático. Messias ressalta que, para amenizar a situação caótica em que se encontra o trânsito da Capital, está em processo de abertura de edital a contratação de mais 150 agentes. Em Várzea Grande, as outras atribuições da Guarda Municipal que impedem uma atuação focada no trânsito, como o monitoramento dos prédios públicos e das portas de escolas, inviabilizam qualquer tentativa de realizar a fiscalização em pontos fixos da cidade. Os agentes da cidade industrial apenas fazem a autuação de motoristas infratores quando, em ronda, sem deparam com tal situação, explica o responsável pelo trânsito no município, Inspetor Braga. Para ele, os cerca de 10 acidentes por dia registrados na segunda maior cidade de Mato Grosso é culpa exclusiva da má formação de condutores. Segundo o inspetor, as autoescolas não formam motoristas, apenas preparam pessoas para serem aprovadas nos testes. Com isso, os aprovados acreditam que vão aprender nas ruas, com a prática, algo que coloca em risco a vida das outras pessoas. Fato é que a soma dos problemas no trânsito de Cuiabá explica a situação caótica enfrentada por motoristas e pedestres diariamente. Somente com o aumento no número de vias, que atualmente comportam apenas 35% da frota existente, do contingente de fiscais no trabalho de orientação e com o fim da impunidade dos maus motoristas é que os constantes problemas poderão acabar. Reforço - Para dar apoio à fiscalização nas duas cidades, a Polícia Militar conta com o Batalhão de Trânsito Urbano e Rodoviário (BPT). Com cerca de 60 homens em ação, o BPT concentra suas ações nas rodovias estaduais que circundam a Capital. No perímetro urbano, as ocorrências de acidentes ficam a cargo dos batalhões da região em que ocorrem. O subcomandante do BPT, major Adnilson de Arruda projeta um incremento de 40 soldados que se formarão até setembro e já realizam estágio nos finais de semana no batalhão. Uma das tarefas de rotina dos policiais é o de evitar que caminhões de grande porte utilizem as ruas da Capital para cortar caminho. Segundo ele, após as ações o número de infratores caiu consideravelmente. Só em 2011, o BPT já realizou mais de 18 mil notificações. A infração mais comum é a não utilização de cinto de segurança, com 2.987 mil multas. Outras irregularidades flagradas com frequência são conduzir o veículo fazendo uso de celular, com licenciamento vencido e motoristas que não possuem a Carteira Nacional de Habilitação (CNH). A população também credita à falta de fiscalização o alto índice de infrações cometidas cotidianamente no trânsito. O fiscal sanitário Júlio de Souza, 55, aponta os motoqueiros como grandes responsáveis pelo número de acidentes. A opinião é compartilhada pelo contador Tertuliano Pereira Filho, 57. Ele já cansou de ver casos em que os motociclistas não sinalizam conversões ou furam o semáforo. Para a advogada Fabiane Pacheco de Mello, a forma mais didática de tornar o trânsito seguro é com multa. Afirma que quando se mexe no bolso, as leis passam a ser respeitadas e que basta olhar para os lados para notar diversas infrações sendo cometidas, como o estacionamento em calçada.

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